blog do André Valente

Pessoal, depois de quase quatro anos usando esse bloguezinho, eu me mudei pro meu próprio site: http://oandrevalente.com

Eu quero que vocês venham pra lá comigo. Sério. Vamos. Lá é bem mais legal que aqui. Vamos, gente. Por favor.

E também façam o favor de atualizar seus bookmarks (se é que alguém tem um) e de assinar seus RSSs de novo.

Muito obrigado!

André

(Desenho de Mateus Gandara)

#081 – O Profissional (Léon) – 1994

Com a palavra, Mateus Gandara:
O Profissional (Léon: The Professional ou apenas The Professional , no original [Nota do Editor: o título original é Léon mesmo] ) é um dos poucos filmes de ação com dignidade. É de ação porque tem tiroteio. Tem dignidade porque tem delicadeza. Hoje em dia eu nem me dou ao trabalho de procurar coisa boa nesse gênero de filme. As indústrias de propaganda e de cinema estão tentando fazer o mundo inteiro comprar a idéia de que um babaca bem vestido e ignóbil seja algo mais que apenas isso. Babaca herói, babaca femme fatalle, babaca publicitário e babaca inteligente. Léon não sabe ler, não sabe o que é dinheiro, não sabe o que é mulher e não sabe o que é justiça. Mas ele aprende a amar. Uma criança. Uma planta. Amor sereno, amor sem discurso.

Gosto todo mundo tem o seu, isso é fato. Mas além do gosto da gente, existe a qualidade inerente das coisas. Além da nossa opinião pessoal sobre uma obra, existe o nosso conhecimento técnico sobre o assunto, sobre as inovações que a obra apresenta, sobre o contexto histórico, etc, que permite que façamos um julgamento do que chamaremos aqui de qualidade da obra. Esta qualidade custa dinheiro, custa tempo e/ou dá trabalho. (Todas as coisas excelentes no mundo, assim como todas as coisas péssimas, usaram dois desses três elementos). Percebe-se, nessa qualidade, um esforço do artista para alcançar uma excelência, uma vontade de esconder os defeitos e nunca mostrar erros. E, no fim das contas, o gosto não se atrela a isso. Gostamos de um filme, uma pintura, uma música, sem importar o quanto custou, quanto tempo levou ou quanto trabalho deu. Não precisamos saber quantas horas Picasso passou pintando a Guernica pra fazer nosso juízo de gosto. Mas também, talvez até antes de descobrir nosso gosto pessoal, conseguimos olhar a Capela Sistina e reconhecer que é um trabalho de alta qualidade. Com o passar dos anos eu descobri que, pelo menos pra mim, a qualidade das coisas e o meu gosto por elas tem uma relação – estava lá, debaixo do nosso nariz o tempo todo. O que dificulta o processo todo é a régua que usamos para essas medidas.

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Eu estava meio sem graça de continuar o Vamos Sair Dessa Merda, porque a minha vida definitivamente está deixando de ser uma merda. Está tudo, na medida do possível, dando certo. Mas hoje aconteceu algo que me lembrou de uma dura verdade: não importa o quanto você esteja bem, tem sempre um feladaputa pra cagar a sua vida. Acendeu-se a centelha da indignação e eu me senti obrigado a lançar a campanha desse ano. E o tema do Vamos Sair Dessa Merda 2009 é justamente esse, o Feladaputa.

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#068 – The Wolf Man (O Lobisomem) – 1941

Não se deixe enganar, esse filme é mais profundo do que parece. Tem muita coisa aberta à interpretação, mas pouco disso tem a ver com o lobisomem em questão. O Larry Talbot do Lon Chaney Jr. se comporta como uma criança crescida, e todo mundo o trata meio como bebezão. Todo mundo com quem ele conversa sobre lobisomens fala pra ele que existem pessoas que imaginam isso. Existe a possibilidade de tudo ser loucura da cabeça dele. E numa cena incrível, ele começa a perceber a sua transformação quando tira os sapatos e percebe que a perna está ficando peluda demais. Crasse.

#067 – Antes Só do Que Mal Acompanhado (Planes, Trains & Automobiles) – 1987

Eu passo bastante tempo em aeroportos, em rodoviárias e em taxis. Eu posso dizer com absoluta certeza que o personagem do John Candy nesse filme não só existe como está sendo clonado e distribuído pelo mundo inteiro. Eu juro.

Não esperava que meu desenho d’Os Pássaros fizesse tanto sucesso, mas as pessoas andam gostando bastante. Como eles são um padrão, eu pensei em fazer um papel de parede (sabe aquelas imagens que ficam no fundo do seu desktop?) pras pessoas poderem baixar e usar – mas não ligue agora! Como brinde exclusivo dos leitores desse blog, eu coloquei outra versão do desenho, muito mais estressante e enlouquecedora que a primeira! Boa sorte encontrando seus arquivos na área de trabalho, com esse tanto de passarinho te atrapalhando!

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Papel de Parede: Os Pássaros – Versão 01
(Num PC, clique com o botão direito e mande “Definir Como Papel de Parede” – Num Mac, se vire)

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Papel de Parede: Os Pássaros – Versão 02

#050 – Manhunter (Caçador de Assassinos) – 1986

É difícil imaginar que existiu outro Hannibal Lecter antes do Anthony Hopkins. Mas existiu. E Brian Cox não fez feio – cara de maluco ele consegue fazer. Manhunter foi escrito e dirigido por Michael Mann (que inventou Miami Vice), mas em 2002 refizeram o filme, com o Hopkins, e Edward Norton (em Manhunter o papel é do Grissom do C.S.I.!) e um monte de gente famosa. Mas Manhunter veio antes, e em alguns aspectos é melhor. Em outros pior. Mas nenhum dos dois filmes é como o livro. E assim é a vida.

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Você pode acompanhar a série aqui, ou ver as imagens maiores no flickr e no meme.

#049 – Les Temps du Loup (Tempos de Lobo) – 2003

O Haneke é foda. Tenho medo dele. Entre a Professora de Piano e Cache ele fez esse filme sobre uma família que chega na casa de campo e, sem querer, acaba descobrindo que aconteceu algum cataclisma e o mundo tá acabando. É filme pós-apocalíptico, no estilo Michael Haneke. Ou seja, quando o filme acaba é difícil resistir a tentação de cortar os pulsos.

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#047 -M (M, o Vampiro de Dusseldorf) – 1931

A revista Bravo fez uma lista dos 100 Filmes Essenciais da História do Cinema que não tem M (mas tem Los Angeles, Cidade Proibida, que é um filme muito bacana, mas não sei pra que ele é essencial). Talvez eles tenham alguma regra de só um filme por autor (Metropolis já está lá), mas por mais que Fritz Lang tenha feito outras coisas excelentes, uma lista de Filmes Essenciais, Melhores Filmes, Filmes Incríveis, sem M é uma lista incompleta. Sim, o filme é tudo isso.

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